terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Queria aproveitar o retorno da nossa fabriqueta de bolinhos à BH e o começo de um novo ano, cheio de promessas e de deveres, e escrever um pouco sobre o que o representa pra mim
o Pão com Fanfaní.
As palavras nasceram de uma invenção da minha infância pra nomear um alimento que além de me nutrir diariamente, era uma incrível delícia feita por uma das pessoas que mais me dedicou carinho e amor na vida, meu pai. Periodicamente, ele tirava o dia pra trabalhar o pão do pai, que seria servido no lanche da tarde, quentinho e com manteiga. O pão era integral e passava uma tarde crescendo ao sol, dentro de uma gamela envolta por um cobertor.
Era um ritual, pra mim, mágico. Tudo crescia a seu tempo, o dia era longo e a recompensa começava a aparecer por volta das 4 da tarde: era a hora que o cheiro saído do forno acelerava o estômago e o coração de uma família inteira.
Vez ou outra, a massa do pão integral recebia uma farta porção de uvas passas, e depois de crescida e sovada ia ao forno, de lá sairia então o dito pão com fanfaní.
Esse vasto vocabulário que criamos quando ainda não temos afinidade com os nomes conhecidos de cada coisa são a meu ver uma das memórias mais ricas e fantásticas da história de cada um de nós. Quando acreditei que uvas passas comuns poderiam ser fanfanís, comecei uma história de possibilidades que me trouxe até aqui.
Hoje, quando lavo as mãos, prendo o cabelo, visto o avental e assumo a cozinha, trago todas essas memórias pra encher a comida de significados. Isso tem sido um ritual, pra mim, mágico!
Essa crença, herdada dos meus pais, em uma alimentação construída com amor, leite integral, farinha integral, ovo caipira, legumes da horta de casa, mel do apicultor vizinho, permanece em mim e está presente nos bolinhos que nascem na minha cozinha.
Além de toda a minha dedicação e o meu carinho, todas as massas contém aveia integral, leite integral fresco e ovo caipira.
Os sabores que levam recheios de frutas são feitos com geléias orgânicas, as embalagens são de papel e o lacre de fibra de bananeira. Opções e atitudes que aprendi com meus pais e que são uma maneira de dedicar amor a natureza e a quem se aproxima.
Fanfaní passou a ter outros significados..
.. passou a ser o ingrediente capaz de tornar tudo que criamos nutritivo ao corpo, à mente e ao espírito.
Dedico as minhas descobertas diárias aos meus pais, que foram aventureiros ao me apresentarem um mundo diferente e firmes quando me ensinaram que ele poderia ser construído por mim.
uma feliz verbena.
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4 comentários:
Oi Verbena,tudo bem?Estou passando para dizer que os bolinhos fizeram muito sucesso e me inspiraram a caprichar na decoração da mesa.Quando Ricardo viu,seus olhinhos brilharam e ele disse "posso comer já?",antes mesmo do jantar!
A propósito,amamos o presente,as flores são muito fofas,obrigada pelo carinho!
É claro que, como blogueira que me vejo aos poucos assumindo,vou postar tudo mais tarde!Bjs...
ando encantada com seu blog, suas palavras são doces como devem ser seus bolinhos...
bjcas!
Na verdade MAMAE disse.... com os olhos rasos dágua de emoção.
Voce filha é linda demais, fruto de amor verdadeiro e ser maduro, fortalecido pela grande percepção que tem do entorno. Obrigada por existir em nossas vidas...... tão linda, tão bela flor.....
Ei Verbena, quando terei a deliciosa emoção de prová-los? Vamos marcar um encontro nosso com vocês?
Adorei saber a verdade sobre os pães, e se for o que me lembro, conheci os pães que Guilherme fazia. Deliciosos.
Beijo, Lelo e Adriana
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